Você já deve ter ouvido falar sobre investimentos “perdendo da inflação”. Essa expressão está frequentemente associada à poupança, indicando que o rendimento de uma aplicação é menor do que a variação da inflação em um determinado período.
Isso implica que, mesmo com um investimento aparentemente rendendo, o patrimônio do investidor está, na prática, sendo depreciado, pois não há uma rentabilidade real positiva.
Neste artigo, você confere o porquê a taxa de inflação é um fator crucial ao avaliar o sucesso de seus investimentos.
O que é Inflação?
A inflação representa o aumento geral dos preços de produtos e serviços na economia. Isso significa que a mesma quantia de dinheiro pode não adquirir o mesmo produto em períodos diferentes, levando à “corrosão do poder de compra”.
Além disso, a inflação elevada também pode diminuir os rendimentos de um investimento, já que os ganhos podem ser reduzidos ou anulados pela alta dos preços e do custo de vida.
Os Principais Índices de Inflação
A inflação é calculada por institutos de pesquisa, que analisam uma cesta diversificada de produtos e serviços, ponderando a variação de preço de cada um para obter um índice médio. Alguns dos principais índices incluem:
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IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)
No Brasil, a principal medida de inflação é o IPCA, sendo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O IPCA reflete os padrões de consumo das famílias brasileiras, considerando, produtos e serviços, e é representativo para aquelas com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.
É importante ressaltar que o IPCA tem um papel significativo em diversos aspectos econômicos. Por exemplo, é comumente usado como referência para a remuneração em certos investimentos, como títulos de renda fixa atrelados à inflação. Nestes casos, os investidores recebem uma taxa adicional somada ao IPCA, e essa taxa precisa ser cuidadosamente considerada, pois representa o ganho real acima da variação de preços na economia.
- INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
O INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor, é outra medida calculada pelo IBGE, representando os padrões de consumo da população com menor renda, incluindo famílias com ganhos mensais de 1 a 5 salários mínimos. Esse índice desempenha um papel crucial no cálculo de ajustes salariais e benefícios previdenciários, sendo uma referência importante para manter o poder de compra das faixas salariais mais baixas.
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IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado)
Também chamado de índice de inflação para aluguel, o IGP-M é calculado pelo FGV IBRE, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. Este índice considera a atividade econômica em três categorias: produtor Amplo, Consumidor e Custo da Construção.
O IGP-M é uma média ponderada dos seguintes índices:
- 60%: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- 30%: Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- 10%: Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Além de influenciar no reajuste de aluguéis, o IGP-M costuma servir como referência para a atualização de tarifas de serviços, tais como energia elétrica e planos de saúde.
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IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna)
O IGP-DI, também calculado pelo FGV IBRE, adota a mesma metodologia que o IGP-M, mas difere no período de coleta de dados. Enquanto a coleta de dados para o IGP-M ocorre entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência, o IGP-DI é calculado considerando os dados do 1º ao último dia do mês de referência.
Importante notar que tanto o IGP-M quanto o IGP-DI costumam ser utilizados para remuneração em certos títulos de renda fixa. Nesses casos, são adicionados a uma taxa específica, representando assim o ganho real a ser considerado. Portanto, é crucial analisar cuidadosamente essa taxa, pois ela é o excedente representando o ganho real para o investidor.
O que é Rentabilidade Real?
A rentabilidade real é um conceito fundamental para entender se seus investimentos estão gerando realmente ganhos, após considerar a variação da inflação. Ela mostra o crescimento real do seu patrimônio, descontando o efeito da inflação.
Portanto, calcular a rentabilidade real é crucial, por possibilitar a avaliação do desempenho efetivo do investimento, considerando os ganhos ou perdas ajustados pela variação do poder de compra da moeda ao longo do tempo.
É essencial incorporar a rentabilidade real ao comparar diferentes investimentos e ao planejar metas financeiras de longo prazo, pois ela reflete o verdadeiro poder de crescimento do patrimônio em termos reais, considerando o impacto da inflação.
Como Calcular a Rentabilidade Real?
A rentabilidade real é determinada a partir da consideração da rentabilidade bruta do investimento, também conhecida como rentabilidade nominal, e da taxa de inflação correspondente ao período em análise.
A fórmula básica para calcular a rentabilidade real é:
Rentabilidade Real = (1 + Rentabilidade Nominal) / (1 + Taxa de Inflação) – 1
Para ilustrar, imagine que um título de renda fixa teve um rendimento de 8% ao longo de um ano, enquanto a taxa de inflação no mesmo período foi de 5%. Ao aplicar a fórmula, obtemos um valor de 2,86%.
Isso indica que, após ajustar o ganho de 8% pela inflação de 5%, o poder de compra do seu investimento realmente aumentou em 2,86% durante o período analisado.
Isso ajuda a determinar o verdadeiro poder de compra do investimento após ajustar os ganhos ou perdas pela inflação.
É importante ter em mente a rentabilidade real ao avaliar e comparar investimentos, pois ela oferece uma visão clara do crescimento real do seu patrimônio. Mantenha-se informado sobre a inflação e escolha investimentos que possam superá-la, garantindo um crescimento efetivo ao longo do tempo.
Como monitorar o desempenho de seus investimentos?
Para um especialista financeiro, é vital fornecer análises precisas sobre o desempenho dos investimentos, sendo indispensável verificar se os ganhos estão acima da inflação e/ou outros pontos de referência do mercado.
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