Passados mais de 100 dias do conflito entre a Ucrânia e Rússia, nossos especialistas desenvolveram um estudo exclusivo a partir da divulgação das participações dos ativos nos Fundos de Investimentos em Ações no mês de fevereiro. Estudamos as carteiras dos meses de janeiro e fevereiro, com o intuito de observar se houve alguma mudança nas mesmas em virtude da invasão da Rússia ao território ucraniano.
Aqui você vai encontrar:
- Como funcionam os fundos de ações;
- As consequências nas políticas de investimento;
- Ranking das Carteiras de janeiro;
- Ranking das Carteiras de fevereiro;
- O comportamento dos gestores em relação aos ativos financeiros;
- E muito mais.
O que são Fundos de Ações?
Os fundos de ações são uma opção para quem deseja diversificar seus investimentos além da renda fixa e investir em renda variável. Também conhecidos como FIAs, eles investem em empresas que estão com cotas disponíveis na bolsa de valores. Conforme a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), um fundo só deve ser classificado como um Fundo de Ação se ele possuir um investimento de pelo menos 67% do valor das cotas em ações.
Como funcionam os Fundos de Ação?
São investimentos coletivos em que os recursos dos investidores são alocados em conjunto no mercado de ações e os ganhos são divididos proporcionalmente conforme a participação de cada investidor.
O dinheiro dos investidores compõe o patrimônio do fundo, que é aplicado por um gestor profissional.
Por investirem em ações negociadas na bolsa de valores, o seu rendimento acompanha o desempenho diário das mesmas. É comum que sigam algum índice de referência do mercado de ações.
Já as taxas de administração cobradas servem para remunerar instituições como o administrador e o gestor do fundo.
Quando falamos em tributação dos FIAs, incidem-se alguns impostos sobre as aplicações, sendo eles: imposto de Renda e IOF.
Benchmark
Para ter uma visão mais clara dos objetivos do fundo que você está analisando, vale a pena conferir seus benchmarks para definir o seu perfil de investidor. Este é um parâmetro utilizado como referência para o desempenho da carteira. Por exemplo, um fundo de ações pode ser comparado ao Ibovespa. Isso significa que os gestores buscarão comprar ou vender títulos para que a rentabilidade do fundo acompanhe ou supere a do Ibovespa por um determinado período.
Os fundos de renda fixa, por sua vez, serão comparados com um indicador de referência relevante para este mercado — como o CDI, por exemplo. Já fundos multimercados estabelecem benchmarks com base em suas políticas de investimento. Podem usar Ibovespa, CDI ou outros índices.
Para facilitar a compreensão pelos investidores, a Anbima agrupa os fundos de ações em categorias que refletem as estratégias específicas adotadas por eles. Aqui você encontra as mais conhecidas:
Tipos de fundo de ações
- Fundo de dividendos;
- Small Caps;
- Fundos Setoriais;
- Investimentos no exteriorl
- Fundos Específicos;
- Fundos livres;
- Fundos Mútuos de Privatização (FMP).
Como escolher o melhor fundo
Confira aqui alguns aspectos importantes para definir em qual fundo investir:
- Risco: Avalie sua tolerância ao risco. Por serem voltadas para a renda variável, essas carteiras apresentam uma alta volatilidade.
- Performance e rentabilidade: é ideal se conhecer o desenvolvimento histórico do fundo. Essa análise faz com que os investidores consigam identificar como uma determinada carteira se comporta em períodos de mercados distintos. Essa análise você consegue realizar gratuitamente através da nossa plataforma.
- Liquidez: O prazo de resgaste das cotas é um fator imprescindível no seu fator de decisão. Esse prazo, inclusive, deve estar descrito no regulamento do fundo.
- Aplicação mínima: avalie a aplicação inicial dos fundos que você quer investir. Esse valor acaba variando muito conforme o nível de sofisticação e risco do fundo.
- Rating e avaliações: procure avaliações externas e análise de especialistas para se informar sobre as carteiras.
Os experts da 2INVESTE desenvolvem toda semana estudos que vêm auxiliando os investidores em suas tomadas de decisões. Não deixe de acompanhar nossos blogs e redes sociais para ficar sempre por dentro dos assuntos do mercado.
Vantagens e desvantagens
Uma das principais vantagens de investir em fundos de ações é a gestão de profissionais que baseiam suas decisões de investimento em diversos critérios e análises. Investir sem aconselhamento pode tornar algo difícil e arriscado.
Em contrapartida, investidores que já conhecem o mercado, não tem a possibilidade de palpitar nas decisões ou escolher as ações que serão negociadas, porque tudo isso é papel único e exclusivo da gestão.
Os fundos de ações permitem diversificar seus investimentos, mesmo que você não tenha muito dinheiro. Isso por um portfólio ser geralmente dividido em vários ativos ao invés de concentrado em poucas ações.
Agora que contextualizamos, para você entender um pouco mais sobre os fundos de ações, vamos analisar se ocorreram mudanças nas carteiras em virtude da invasão da Rússia ao território ucraniano.
A guerra na Ucrânia
No dia 3 de junho completaram-se 100 dias em que a Rússia invadiu a Ucrânia, o que trouxe consequências imensuráveis para o povo ucraniano. Para o mundo, as consequências foram mais econômicas, como a valorização de commodities como o petróleo, o gás natural e o trigo, sendo um fator determinante para a inflação alta que circula por muitos países.
Em decorrência disso, nossa equipe buscou entender o pensamento dos gestores, de modo a avaliar se houve alguma modificação de mindset durante janeiro e fevereiro de 2022.
Para o estudo, usamos como base os fundos de investimento em ações distribuídos em plataformas digitais, filtrado apenas pelos 50 maiores fundos com relação ao Patrimônio Líquido, e selecionando apenas ações e BDRs.
Abaixo é possível observar o top 10 das carteiras em janeiro e fevereiro.
Top 10 ações nas carteiras dos 50 maiores FIas em PL em Janeiro de 2022
Posição | Ativo | Valor do Ativo (mil) | Participação do Ativo |
1 | PETR4 | 1.535.298 | 3,24% |
2 | BPAC11 | 1.291.136 | 2,73% |
3 | VALE3 | 1.239.582 | 2,62% |
4 | SUZB3 | 1.194.929 | 2,52% |
5 | VBBR3 | 1.176.780 | 2,48% |
6 | GNDI3 | 1.131.241 | 2,39% |
7 | EQTL3 | 1.083.719 | 2,29% |
8 | LREN3 | 1.063.665 | 2,25% |
9 | RENT3 | 1.062.458 | 2,24% |
10 | CSAN3 | 992.501 | 2,10% |
Top 10 ações nas carteiras dos 50 maiores FIas em PL em Fevereiro de 2022
Ticker | Valor Líquido |
AMZO34 | -47.513 |
MSFT34 | -45.543 |
GOGL34 | -28.255 |
VALE3 | -34.088 |
AAPL34 | -25.153 |
PETR4 | -24.165 |
CHCM34 | -23.955 |
MCDC34 | -23.750 |
JNJB34 | -19.777 |
Fundos de Investimentos em Ações mais comprados
Ticker | Valor Líquido |
EQTL3 | 15.654 |
MULT3 | 14.962 |
SMTO3 | 10.185 |
VAMO3 | 8.470 |
BBDC3 | 7.617 |
ALSO3 | 6.773 |
RRRP3 | 6.310 |
WEGE3 | 5.976 |
ENBR3 | 5.572 |
A partir dessa análise, conseguimos ver um comportamento semelhante entre os gestores:
- As mais compradas são empresas com operações majoritariamente no Brasil e dependem pouco de commodities como: Shoppings, Energia, Bancos;
- Já os mais vendidos, dentre todas as empresas listadas, ou são globais, como Amazon, Google, Mc Donalds, ou são exportadoras brasileiras, como a Petrobras e a Vale.
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